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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Foto: Aleksandra Kinskaj

Dou por mim a pensar que não estavam loucos quando me diziam que não sou mulher de fazer apenas uma coisa de cada vez. Estava a lavar os dentes, a decidir o que vestir no dia seguinte - qual ritual sagrado - e a pensar que afinal não deviam estar loucos. Ali tudo era mecânico, é certo, mas se não havia pressa qual era então a pressa de não esperar?! E rapidamente saltei para a minha vida. Quando abro o meu motor de busca coleciono separadores. Televisão, computador e chamadas telefónicas em simultâneo são frequentes. Durantes as aulas online, naquele compasso de espera de segundos, acabo por dar um saltinho ao meu email ou então trato das unhas (não devia, eu sei). Tenho um full-time que me preenche mas dois part-times aos quais não consigo dizer não. Ponho a conversa em dia enquanto estou a caminho de casa ao final de um dia de trabalho - conduzir e ouvir música deve saber a pouco muitas vezes. Lancei-me para o ginásio, talvez achasse que um dia por semana livre era luxo a mais. Digo-lhe que nasci para esperar mas a verdade é que nas pequenas coisas não gosto nada. Até que páro e penso - na maioria dos dias não és mulher de uma só tarefa, de uma só paixão.
Excepto quando amo.
Mas nunca ninguém me disse que enquanto isso não acontece, não poderia gostar de várias.

C.

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