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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

4º Dia


 Ontem foi mais fácil, hoje voltou a só me apetecer chorar. Dormi mal, acho que também deve ser disso, nunca me dei bem com noites mal dormidas. Mas também estou mais convencida de que ele não volta, de certeza que também deve ser disso. Perdi a inspiração, só consigo escrever tristeza mas não a posso partilhar. O rádio anda uma porcaria, parece que só passa músicas tristes. Raios, como a felicidade me fez andar distraída. O pior são sempre as memórias. Acreditas que em grande maioria só me lembro de coisas boas? Afinal, não foi tão mau assim. Mas piora, porque são poucas as vezes que consigo agarrar-me às coisas más e mandar tudo à merda. Na maior parte do tempo só sinto vontade de voltar. Disseram-me que independentemente de tudo fiz diferença nele. Disseram-me que ele estava triste, não se ria. E eu... bem, só me apetece insulta-lo e perguntar porque tem que ser assim. Eu já desconfiava que tinha todo um perfil para histórias dramáticos, tinha mesmo que vir esta avalanche. Agora, salvo-me como puder. Como sempre. 

C.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

A ti, caro blog...


Abandonei-te. Desculpa, mas pensei que era amor. Estúpida que eu sou, já viste? Então não é que fui pensar que poderia ser mesmo o meu momento? Dá-me vontade de rir, sempre me achei mais inteligente do que fui. Mas fui toldada pelos sentimentos, pela atenção, pelos sorrisos, pelos beijos, pelo colo que me levava até à cama, pelos abraços, pelas mãos dadas, pelos serões, pelos amigos, pela cumplicidade, pelo cinema vê la tu. Acreditas que voltei lá? Mais do que isso, voltei mesmo em sábados à noite? Desculpa, tu não merecias, mas eu também não merecia ter motivos para voltar, e... olha, aqui estou. Passaram-se tantas coisas que se torna agora difícil voltar para a vida que eu conhecia. Mas que ridículo, podes rir-te comigo? Já te disse que em momentos acreditei que poderia ser mesmo a minha hora? Oh ingénua, ainda bem que deixei tantos livros por ler. Preciso de entretenimento. Ele? Bem, foi realmente um imprevisto, mas como gostava que o conhecesses. Diz que sou uma pessoa cinco estrelas. Volta a apetecer-me rir. É que isso tornou-se um insulto face à decisão que se tomou. Na verdade, não sou tantas estrelas assim, só não sou cabra como as que ele conheceu antes de mim, o que lhe dificultou a vida. Afinal de contas, como se manda embora alguém assim? Exacto, com argumentos fracos - até que válidos mas fracos. Vou ter saudades dele, assim como tive de ti, mas a vida deu-me outro rumo. Só não sabia que seria para voltar ao caminho de sempre.
C.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

The truth of the music #18


You got me treading on the water
Because I've never learned to swim
And now that it's all over
I better learn to start again

They told me
Everything works out in the end

terça-feira, 9 de agosto de 2016

The truth of the music #17


No was her name
No was the lion that no one could tame
But faith was his name
Faith came around with a smile on his face anyway
He said, tell, tell me now
Tell me the worry that knit up your brow

terça-feira, 28 de junho de 2016

Amiga do diabo...

- Eu devo ter sido uma cabra na outra vida para agora acordar e ter que ver estas coisas.
  (foto de mau caminho)
- Jesus!

  Ninguém merece ficar sem.
  Desculpa meu bem. Prometo que vais superar! Um dia...lá  longe... mas vais!

domingo, 26 de junho de 2016

terça-feira, 7 de junho de 2016

E nada mais se acrescenta #76

apenas-amigos




"Minha maior tristeza é que todo novo amor que eu arrumo vem sempre com algum velho amor tão longo e bonito. E eu sofro porque com pouco tempo não consigo ser melhor que o muito tempo. E de sofrer assim e enlouquecer assim, nunca dou tempo de ser muito para esses amores porque estrago antes."



[Tati Bernardi]

domingo, 1 de maio de 2016

Às vezes apetece-me chorar pela vida que tenho e ela não é tão má assim. Aliás, não é má. Não é mesmo.
Às vezes apetece-se chorar pelas escolhas que faço e elas não são tão más assim. Aliás, não são más. Não são mesmo.
Consequências da vida que tenho é estar o sol lá fora e só me apetecer chorar. É estar cansada, esgotada e não conseguir entender o que professor pretende da merda deste trabalho.
Consequências da vida que tenho é estar tão esgotada que não controlo o vazio que este vazio que me faz sentir. É ver fotos e querer estar noutro lugar. É sentir falta de tudo, agora, quando já não existe há tanto tempo. É estar cansada. É só me apetecer chorar. É pedir com muita fé que se não for para ser que, pelo menos, não fique mais difícil para mim.
Mas sempre que sinto este vazio, sempre que sinto a rejeição, sempre que o amor amigo não chega eu só quero ser melhor. Eu só quero fazer mais e melhor. Parece que tu, reles vazio, dás-me vontade de fazer coisas bonitas e depois a minha vida fica assim.
C.

quinta-feira, 21 de abril de 2016



26. Em que em vez de trincar as velas me apetecia come-las a ver se o raio do desejo se concretiza de vez. São 26.
C.

domingo, 17 de abril de 2016

Enquanto conversamos...

- Eu quero adormecer a pensar no gajo, acordar a pensar no gajo e no meio do caminho que ele esteja ao meu lado.

Nem ripostei.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Today I only say that #61


Mas às vezes... bem, às vezes fica bem difícil.

domingo, 3 de abril de 2016

E nada mais se acrescenta #75

"Quando és novo acreditas que vais mudar o mundo mas à medida que vais crescendo, percebes que a proeza está em não deixar que o mundo te mude a ti. Esforças-te para acreditares nas coisas com a mesma força e a mesma inocência, esforças-te para não desistires dos teus sonhos, esforças-te para te manteres fiel aos teus princípios ainda que os outros te desiludam e te abandonem. Esforças-te para que o mundo não te contamine, esforças-te para encontrar um pouco de magia na rotina e na mesmice dos dias. (...) A verdade é que não há nenhum livro que fale da coragem de lidar com a mesmice, com os dias iguais, com a rotina,com a casa. Até com o amor. A vida tem mais de tupperware e de pijama que de champanhe e caviar. E isso não tem mal nenhum. É preciso é não deixar que o mundo nos faça acreditar que essa vida é menor que a vida do fogo de artifício. A mesmice é maravilhosa tanta vez. Mas ninguém fala dela. Fala-se do amor à primeira vista mas não se fala do amor à vista da mesmice, fala-se do jantar à luz das velas mas não se fala de aquecer restos e comer com garfo. É que isso vai lá estar, várias tardes, vários domingos e só tem mal se deixares que tenha.
[Carolina Deslandes]

domingo, 27 de março de 2016

Enquanto conversamos...

- Se ele estivesse aqui qual era a primeira coisa que lhe dirias?
(silêncio)
-  Podemos ir para o teu sofá?
(risos)
- Ok pronto, qual era a segunda?
- Como estás? Melhor?
- Então vá, diz-lhe isso.

Continuo a achar que o primeiro instinto é sempre o melhor. ahah
C.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Foram duas noites bonitas se nada mais forem.

Falo agora por não saber se amanhã terei a mesma vontade de o fazer. E em jeito de contradição começo por dizer que não tenho vontade de falar de ti. Estranho quando sempre me apetece falar de tudo. Mas não de ti. Não agora. Não que não tenha o que contar, oh como teria! Mas tornou-se algo tão meu, numa história tão minha que partilha-la parece sempre tão redutor ou demasiado significativo, não sei. Ninguém esteve realmente presente nos últimos meses a ponto de assistir em primeira fila ao desapego emocional, à independência física, à descrença na sorte grande. E não tinha que ser tão grande assim. Então ninguém entende, porque nem eu entenderia, quando digo que apenas tenho vontade de te viver. Apenas isso, quem sabe num dia de cada vez. Algo tão incompatível comigo em tempos e neste momento, agora mesmo, tão certo. Não sou ingénua, sei que num amanhã posso voltar às minhas raízes mas não minto quando afirmo que no agora estou bem. Só não estaria se não te estivesse a viver.

(suspiro)

Ainda sinto o teu perfume de há pouco.
C.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Afinal também me escrevem coisas bonitas...

"Torço tanto por ti... Nem sei explicar-te o que sinto por ti, mas vem de outra vida certamente! Esta parece ter sido tão curta para nós..."

Foi uma noite bonita se nada mais for.

Fui pelo mesmo motivo que não fui das outras vezes - por mim. Por ter vontade de quebrar regras, aquelas que ninguém mais impõe se não eu. "Só acontece aquilo que tu quiseres que aconteça" lembrei-me, e não me importei por estarmos ali só nós dois. Falamos em café mas fizeste-me o chá que te pedi. Falamos de tantas vontades mas fizeste-me rir como eu quis. Ficamos assim entre o tanto e o tão pouco por dizer, entre o tanto e o tão pouco por fazer, ficamos assim. Tão bem. Demos o colo que por motivos diferentes ambos precisavam, tentamos chegar à tranquilidade que por razões diversas ambos careciam. O tempo deveria ter parado mas em vez disso correu. O sofá prendeu-nos de tal maneira que se eu estivesse de fora diria que demorámos uma vida a de lá sair. Mas eu estava lá, bem dentro do momento, e tudo pareceu veloz. As conversas, o colo, o sofá. O beijo.

- Nunca subestimes o poder do chá de camomila.

Sorriste. E disseste ser incapaz de volta a olhar para ele da mesma maneira.
C.

quinta-feira, 10 de março de 2016

domingo, 28 de fevereiro de 2016

The Perfect Scene #76



- Why did you let him move in?
- Because he showed up on my door all sad with his big, sweet face and made me forget everything that was wrong with us.
- I know. I see Callie walking down the hall, she and I are barely talking, and I still get stupid.
- Ugh. I want to get stupid over somebody. All I ever feel is smart.

[Grey's Anatomy S12E10]

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Quando deixei de acreditar que o amor era tudo, passei a amar a minha profissão. Daí por diante não houve um dia em que não defendesse a carreira que eu começara a criar e quem me proporcionou tudo isso. Gostava tanto que parei de falar, pois ninguém iria entender a medida certa de esforço e de sorte. O meu trabalho era a adrenalina dos meus dias, a lufada de ar fresco sempre que tudo parecia querer estagnar, o meu equilíbrio emocional para não me afundar em vazios. Contei três anos felizes assim. Agora conto os dias mas por outra razão. Não me consigo colocar mais no papel de quem decide. De compreender a sobrecarga, as horas extras, a pressão, a exigência, as novas funções acumulativas, sempre acumulativas. Dói. Porque quando a adrenalina passa parece que pouco tenho a que me agarrar. Choro. Porque há uma desilusão tremenda em sentir isto por quem eu dava e me dava tanto valor. Dá uma vontade enorme de virar costas, mas há uma lealdade que nunca me permitiria fazê-lo enquanto a realidade não estabilizar, não se tornar melhor. A vida dá mesmo muitas voltas, só não sei se esta foi no momento certo. Que prova é esta meu Deus? Que prova é esta?
C.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016




Lembro-te do último abraço, já o devo ter dito por aqui. Do aperto no peito e de pensar que era ali mesmo, o tudo ou nada. E foi. Tudo e nada. Entrei em casa e encontrei a minha mãe no sofá, junto à lareira de Maio que ainda se fazia exigir. Bati a porta, suspirei e disse-lhe que tinha terminado com ele. «O pior já está feito» - disse-me com a calma e sabedoria que só uma mãe consegue transmitir. Senti um abraço sem a tocar. E estava realmente feito. Acima de qualquer saudade e nostalgia, o pior tinha sido aquilo. Se assim não fosse teria sido uma decisão leviana, que não foi.
Hoje viu-o a passar pelos meus trilhos, aqueles que conheci tão bem. Reconheci-lhe a confusão, a angústia, as poucas horas de sono. Hoje fomos, sobretudo, amigos. Ele à procura de respostas, eu a encontra-lhe as perguntas. E quando se colocou a hipótese de ser mesmo este o caminho garanti-lhe que se assim fosse, «o pior já está feito». Tudo o resto são dúvidas e abraços.  



C.