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sexta-feira, 18 de março de 2016

Foi uma noite bonita se nada mais for.

Fui pelo mesmo motivo que não fui das outras vezes - por mim. Por ter vontade de quebrar regras, aquelas que ninguém mais impõe se não eu. "Só acontece aquilo que tu quiseres que aconteça" lembrei-me, e não me importei por estarmos ali só nós dois. Falamos em café mas fizeste-me o chá que te pedi. Falamos de tantas vontades mas fizeste-me rir como eu quis. Ficamos assim entre o tanto e o tão pouco por dizer, entre o tanto e o tão pouco por fazer, ficamos assim. Tão bem. Demos o colo que por motivos diferentes ambos precisavam, tentamos chegar à tranquilidade que por razões diversas ambos careciam. O tempo deveria ter parado mas em vez disso correu. O sofá prendeu-nos de tal maneira que se eu estivesse de fora diria que demorámos uma vida a de lá sair. Mas eu estava lá, bem dentro do momento, e tudo pareceu veloz. As conversas, o colo, o sofá. O beijo.

- Nunca subestimes o poder do chá de camomila.

Sorriste. E disseste ser incapaz de volta a olhar para ele da mesma maneira.
C.

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