Páginas

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O filme teimava em não começar mas contigo a espera tornava-se mais fácil. Como se estivéssemos sozinhos contei-te de como ambicionava ir ao teatro. Olhaste-me. Eu continuei. Era um desejo. Simples não é? Mas era a verdade. Os desejos não têm de ser grandes para serem especiais. E eu...eu só queria ir ao teatro. Deveria estar bastante entusiasmada para que não me interrompesses. Terminei.

 - Porque estás a olhar para mim?

 Respondeste-me que qualquer pessoa tê-lo-ia perguntado no princípio mas eu não, eu continuei e partilhei toda a história contigo.

- ... tão querida.

Partilhar um desejo tão simples contigo deveria significar alguma coisa. Pois foram poucos, tão poucos, os que olharam assim para mim. Mas foi aí que me assustaste. Foi aí que percebi que, possivelmente, te estavas a apaixonar.

As luzes apagaram. Encostei-me. O filme começou.

C.

Sem comentários:

Enviar um comentário