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domingo, 1 de setembro de 2013

8 dias antes...


‘Não me vou casar’. Foi assim que pela primeira vez o disse tão assertivamente, convencendo-me que talvez nunca serei tão tradicional. Vê-la entrar na igreja fez-me chorar, e eu que achava que era coisa de filme. Não pelo compasso e emoção que acompanhou toda a passadeira vermelha mas pela felicidade de ter alguém disposto a esperar por ela no final de todo o trajeto. Não deve ser coisa da idade. Semelhante à minha, ainda vejo muito boa gente afirmando convictamente ter como sonho este dia. Olho para mim e vejo uma realidade diferente. Mais do que isso, mais do que qualquer coisa, na arte do romance o meu sonho é outro - talvez mais simples mas não menos exigente. Chamam-lhe de amor louco. Senti-lo tão descompassadamente, tão intensamente e reciprocamente, de um jeito que a determinado dia me faça acordar ou apenas olhar para ele sentir que ainda não chega, que é preciso mais. Aí, quem sabe, sob pena de todos os riscos também perderia a cabeça, já que o coração já estava perdido, e subiria igreja acima com vontade de correr para quem me espera.
Ainda assim, fico feliz por não ter dito ‘Não voltarei a amar’.

C.

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