‘Não me vou casar’. Foi
assim que pela primeira vez o disse tão assertivamente, convencendo-me que talvez
nunca serei tão tradicional. Vê-la entrar na igreja fez-me chorar, e eu que
achava que era coisa de filme. Não pelo compasso e emoção que acompanhou toda a
passadeira vermelha mas pela felicidade de ter alguém disposto a esperar por
ela no final de todo o trajeto. Não deve ser coisa da idade. Semelhante à minha,
ainda vejo muito boa gente afirmando convictamente ter como sonho este dia.
Olho para mim e vejo uma realidade diferente. Mais do que isso, mais do que qualquer
coisa, na arte do romance o meu sonho é outro - talvez mais simples mas não
menos exigente. Chamam-lhe de amor louco. Senti-lo tão descompassadamente, tão
intensamente e reciprocamente, de um jeito que a determinado dia me faça acordar
ou apenas olhar para ele sentir que ainda não chega, que é preciso mais. Aí,
quem sabe, sob pena de todos os riscos também perderia a cabeça, já que o
coração já estava perdido, e subiria igreja acima com vontade de correr para
quem me espera.
Ainda assim, fico feliz por não
ter dito ‘Não voltarei a amar’.
C.
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