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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Ainda há quem nos ouça antes mesmo de gritar...

Estar longe de tudo não é fácil, mesmo quando o motivo é grandioso. Percebi isso quando ao quinto dia deixei de comer. Não conseguia, não dava. O corpo ressentia-se, o estômago contraía e quando me questionavam eu só conseguia dizer "não posso". Chás lá me iam mantendo em pé mas o stress de não querer stressar e adoecer piorava a situação. Fui para o hotel, tentar trabalhar de lá poderia ajudar a descontrair mas não resultou. Às quinze e trinta o telemóvel toca e ela soube exatamente o que eu estava a sentir sem ser preciso explicar. Acrescentando "Você é uma ótima profissional, tenha calma e deixei-me dar-lhe uma novidade, Portugal ainda continua no mesmo sitio e daqui a uns dias você já está cá. Se precisar de falar ligue-me".
Não foi preciso. Logo que desliguei, só tive tempo de me ajoelhar e chorar. Chorar como nunca antes o tinha feito, compulsivamente, descompassadamente.  Senti-me exausta, continuei sentada no chão à espera de consequências. Minutos depois, o estomago já não doía e a comida já não era rejeitada. Nunca agradeci tanto por um simples telefonema. E foi assim, que também percebi que afinal eu não estava a ser fraca, estava a ser humana.
C.

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