Estava nervosa. Um nervosismo leve como quem já pouco acredita na sorte, mas estava.
Quando me abriram a porta perguntei-me onde estaria o chefe baixo, gordo e barrigudo em vez daquele metro e noventa de gente, jovem e espadaúdo (e é por disparates como estes que mantenho o anonimato). Ela além de bonita era simpática, e fez-me querer ficar de imediato. Mas a espera é inevitável e desta vez não foi para sempre. "Bem, por mim está decidido. Parabéns, conseguiu o emprego". Não saltei da cadeira, agarrei-me ao seu pescoço e lhes dei muitos abraços por me parecer pouco profissional mas de coração cheio sorri e agradeci. A minha vida começara a mudar!
Ele é o cérebro. Impulsiona. Acredita e faz-me acreditar. Ensina-me e faz-me pensar. Quebra barreiras do formalismo, faz-nos sentir uma família e sonhar com tanta ambição. Põe-me à prova dia após dia e nunca me desiludo com o que me faz descobrir.
Ela é o coração. O "para o que for preciso, a qualquer hora" enquanto me larga a mão. A que me dá vontade de conhecer mais e mais mas que já é uma sorte conhecê-la assim. Sabe dizer o certo no momento certo, faz-me falar demais sobre mim quando menos espero. E a que me há-de perguntar sempre "então já arranjou um namorado?" sem nunca soar a ofensivo.
Antes de apontarem um erro, enumeravam duas qualidades. Antes de eu acreditar em mim, eles acreditavam. E antes mesmo de eu me achar capaz de fazer, eles já mandavam. Sim, eu tenho sorte em ter pessoas assim do meu lado, e é por nós que vale tanto esforço.
Ups... 00h00. E um ano a descontar para o estado!
C.
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