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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Se eu escrevesse seria assim #02


Paraste, antes mesmo de entrarmos no carro e disseste-me que não sabias ficar. Assim, sem reservas arremessaste o que sentias e eu que me defendesse como pudesse. «Eu nunca te pedi para ficares». Podia soar agressivo mas ambos sabíamos que era verdade - ninguém pediu, fomos ficando e de repente escolhes uma noite em que não era suposto acabarmos sozinhos e dizes que não sabes como. Simplifiquei, por essa luta já ter sido minha e entender o que querias dizer. O problema está em querermos sempre um motivo para ficar quando é tão mais fácil arranjar razões para simplesmente não partir. Não quis saber o que sentias ou achavas, quis apenas uma resposta curta a uma pergunta simples - «Neste momento é aqui que queres estar?» Amando ou não outras pessoas, tendo ou não outros passados, naquele momento era ali que querias estar? Disseste que sim e fiz-te ver, sem cliché, que então nada mais importava. Deste-me um abraço, sorriste deixando-me a sorrir e fizeste sinal para partirmos... ficando.
C. 

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