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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Surpresas!

Gosto de surpresas. Gosto mesmo. A ponto de naquelas noites em que antes de dormir faço reunião de condomínio com a vida e os meus santinhos, registo em ata que bem que podiam mexer os cordelinhos para que aconteça qualquer coisa para me deixar a falar do mesmo oito dias. Mas burra, esqueci-me de frisar dois pontos: primeiro, que sejam daquelas surpresas a tender para o bom, nem têm que ser espectaculares mas, por favor, em bom é o mínimo. Segundo, que não incluam alminhas passadas que a probabilidade de acabar com o primeiro ponto é tremenda. Ora, hoje esmeraram-se a deixar-me de queixo caído quando recebo notificação no telemóvel que a Foca - o retornado - me pergunta em plena praça pública se ainda tenho algum cachorrinho para adopção (note-se que andei a publicitar 7 à cerca de um mês e meio atrás). Foi fácil pensar «olha é desta que compro um iphone, este já não diz coisa com coisa» mas não, o tempo passava, as actualizações faziam-se e a notificação continuava lá, o comentário continuava lá e na minha cabeça vendia-o na feira de domingo às fatias de entrecosto e bifes do lombo. Apetecível!
Deixei-o a marinar, claro está, pois primeiro estava todo um debate feminino - por mera tradição - onde entre insultos e ideias se quebrava o ritmo dos dias...pelos menos dos meus. E então daqui a pouco lá volto para responder à criatura - que não sou pessoa de faltar à educação - e dizer-lhe, com sorriso amarelo, que já não tenho cachorrinho nenhum. Se bem que, o meu instinto cruel ainda me dá uma ideia melhor: digo que sim, marco local e hora para a entrega e deixo-o à espera de nenhures. Só para conhecer a sensação. Pode ser que ainda lhe ouça os guinchos aqui de casa.

C.

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