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sábado, 19 de dezembro de 2015

Imagina dois ímanes de pólos opostos. Enquanto afastados nada sentem, não se importam com a presença do outro, nada acontece. Mas à medida que se aproximam há uma qualquer atracção irreversível, irresistível. É isto que é estranho em nós e tu não percebes ou todos os outros percebem errado. Não, não confundas com amor ou qualquer outra paixão. Chamo-lhe apenas de interesse, aquele sentimento estranho em que se ficas provavelmente passa mas se vais é certo que te perdes. Por enquanto somos ímanes e tu não percebes ou todos os outros percebem errado. Ninguém promete nada mas parece que em algum momento um de nós cobra atenção ou um destino mal definido. Eu vou mais longe e cobro a tua cobardia mas isso já é comigo. Imagina uma escala de temperatura. Temos os extremos bem definidos e um meio por definir. É isso que é tão diferente em nós e ambos percebemos mas fingimos que são detalhes. Eu sou o quente ou o frio, tu vives no eterno morno. Chamar-lhe-ás de segurança? Eu chamo-lhe de indecisão...mas isso já é comigo. Prometo afastar-me de uma história mais hipotética do que real, e começo por fazê-lo bem. Há um travo amargo que te dou a provar e parte de mim se sente a maior por isso. Mas parecendo pressentires aproximas-te, vais mais longe, agora até usas o meu número de telefone. Qual clichê de um drama romântico, não fosse o nosso um enredo que nunca aconteceu. O que queres afinal? Responde-me, antes que eu me recuse a sair deste extremo.
C. 

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