Falava-se de surpresas que já nos
tivessem feito no dia de S. Valentim. Não tinha nenhuma história que pudesse
contar e dele fiquei apenas a saber que gostava de ajudar a
surpreender. Naquela noite, S. Valentim, ao fundo das escadas, esperava
por mim uma rosa branca e nela um aroma especial.
Por algum motivo guardo-a até
hoje.
***
Quando me enviou mensagem a dizer que na
portaria encontraria algo para mim, lembro um misto de vergonha e reconforto.
Esperando que não fosse brincadeira, fui em passo apressado mas disfarçado,
perguntar o que seria. Encontrei o senhor de sempre…cabelo grisalho, rugas no
rosto e de sorriso fácil (talvez o dia também lhe estivesse a correr bem), que
me entregou um livro. Não posso dizer que acertou em cheio no género literário
mas não poderia ter gostado mais de o ler.
Estava no alto dos meus 17 e sem confiança
de que alguém se poderia importar daquele jeito. Ele em algum momento, naquele
tempo, tentou chegar ao meu coração já ocupado. E nesse momento, fez mais do
que quem o ocupava tentou fazer algum dia.
Não imagino um enredo diferente do
que aquele que foi mas ele sempre será a minha história sem fim e sem começo.
Porque hoje ao arrumar os meus
livros, vi-o e soube sentir que aquele teve um sabor especial.
C.
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