Páginas

sábado, 15 de agosto de 2015

Se eu escrevesse seria assim #07

"Tu aborreces-me J.", dizia-te tantas vezes que te deixava saudade sempre que não o ouvias. Dizia-to quando gozavas comigo, quando me olhavas o telemóvel sempre que escrevia mensagens, quando me colocavas a mão na perna que eu insistentemente tirava, quando simplesmente me apetecia. Porque se umas vezes me aborrecias de verdade outras tantas era só para te dizer em jeito de mentira que eu até que gostava de ti.

Mas nessa altura o meu gostar já não era o mesmo que o teu. Mas ninguém falava. Fingíamos estar tudo bem. Tudo de igual para igual. Pelo simples motivo de que nenhum dos dois queria perder o outro. Eu não queria perder as nossas conversas, as nossas piadas (tantas vezes privadas), não queria perder as confidências, o teu jeito parvo, o parceiro de carteira, o abraço sempre disponível e, sobretudo, os teus beijinhos na testa que em determinados dias, confesso, chegaram a ser os melhores do mundo.

Mas como manter, meu Deus, sentimentos diferentes por uma vida?
Porque eu queria, queria mesmo, que durássemos a vida inteira.
#4

Sem comentários:

Enviar um comentário