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domingo, 21 de fevereiro de 2016

Gosto de acreditar que nada acontece por acaso e não me lembro de alguma vez ter duvidado disso. Até hoje. Lembrei-me dos últimos meses e não consigo compreender o porquê de ele ter aparecido. De me ter feito escrever tanto e nunca passar disso mesmo - palavras. Não sei o que o destino me quis mostrar, não sei o que me quis ensinar, só consigo achar que este fado está de mal comigo. Cruel. A esfregar-me na cara apenas possibilidades. "Olha, já viste como seria giro? Pois mas não é para ti". Não o entendo...ao destino. E já desisti de o tentar fazer. Mas não foi justo, não foi mesmo, pois eu nunca pedi para o trazer para tão próximo de mim. E aqui continuo a aceitar as janelas que ele me abre e as portas que me fecha ao seu bom ritmo. A essas, às vezes até dou uma certa ajuda.

Depois apareceste tu. D de dúvida, D de desafio. Mas que pelo menos foi claro que servirias para me mudar o foco. Foi estranho, muito estranho mas estava a ter muita piada. Desta não há destino que eu culpe, soube logo à primeira gargalhada que nos estávamos a cruzar em momentos errados da vida. Mas enquanto durou, ou enquanto durar, para alguma coisa terá de servir. Disseste-me que nunca falo de mim, e quando eu quis fazê-lo não consegui. Parecia que tinha nascido ontem quando já conto 25 anos de tanta confusão. Está cravado tanto na pele como na alma este silêncio e nunca foi por ter algo a esconder ou a esquecer. Só não acredito que serás a minha sorte e isso bloqueia-me. Perdia-a algures no passado e já só consigo ter sucesso no que depende só de mim. Tenho saudades. Da sorte, não de ti. E de algo que teima em não existir - contigo ou sem ti.

Disseram-se ontem que para uma pessoa especial é preciso uma especial e meia. Não acredito que mereça tanto. Já só queria ser realmente especial.

C.

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